Relutei muito em acreditar que isso era realmente um assunto que eu deveria abordar no meu blog e em minhas redes sociais.
Desde o meio de 2022 realizo um trabalho voluntário no Pacc _ Projeto Amigos Contra o Câncer – Ribeirão Preto. Todas as segundas feiras atendo pacientes em situação de vulnerabilidade social com demandas jurídica, em sua maioria da área previdenciária.
Rotineiramente recebo pacientes que possuem a qualidade de segurado e não conseguem ter o benefício de auxilio doença deferido, mesmo estando gravemente incapacitados em razão do tratamento e/ou efeitos da doença.
Em julho de 2022 atendi uma paciente que possui Osteossarcoma (tumor ósseo), para essa doença a quimioterapia e a radioterapia não apresentam qualquer eficácia e em razão disso o tratamento atual se resume apenas a imunoterapia e medicamentos para conter a dor.
A paciente, embora aparentemente saudável sentia dores terríveis da cabeça até os pés e em alguns dias, mal conseguia se levantar de sua cama o que lhe impedia de exercer sua função de auxiliar de limpeza.
Quando marcou atendimento no PACC a segurada já tinha tido o beneficio indeferido mais de uma vez. Embora apresentasse laudos médicos, a boa aparência física (cabelos) era considerada para indeferimento do benefício.
Foi apenas com um novo requerimento sendo apresentado laudo médico detalhando a moléstia e exames médicos apontando a enfermidade óssea que o INSS concedeu o benefício.
Como essa paciente, existem muitas... que não ficam carecas, mas que sofrem gravemente os efeitos da doença.
Lamentável ver tantos indeferimentos na autarquia previdenciária de pessoas nessas condições.
Por isso digo e repito, o Câncer não tem cara.
Julia Guimarães Florim
Advogada e consultora jurídica em Direito Previdenciário.
Instagram: @juliaflorimadvogada
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